segunda-feira, 30 de junho de 2008

Aula do dia 17/06/08



Finalizando a Oficina de Corpo e Movimento da Escola Professor Hilton Rocha neste 1° Semestre de 2008, a Oficina de Jogos, Brinquedo e Brincadeiras preparou junto ao grupo de alunos pertencentes a oficina, uma apresentação de um circuito para o restante da escola com parte das atividades vivenciadas durante o estágio.

"Não se sonha com ideias ensinadas."
Beachelard,p.180

Os corpos sabem - brincar não se ensina de maneira literal. E sua beleza não se explica. É intríseca á brincadeira.
Entre mãe e filha, numa relação afetuosa, brincar pode ser um modo integrar tempo e espaço, num acontecer de fuga do vazio para o cheio. Na solidão experienciada, cada criança, poderá encontrar algo que estava vivo em sua mãe, inicialmente. Essa será, para a criança, uma experiência estética.
É do que é sensível que se origina o brincar criativo. Brincar é bom de viver e de olhar: é comtemplativo tanto para a criança que brinca ,como para o adulto que a observa.
A brincadeira inclui a essência da beleza e da poesia. Possui uma lógica imaginativa, lógico-lúdica que não vem de dentro, nem tampouco de fora: faz-de-conta...
A estética do brincar está na criança na praia e em seus catelos de areia.
Um pensar, sentir e fazer ético do brincar nunca será predominantemente narcísico. Implicará sempre o diálogo com o não-eu, implicará descentramento - e também sintonia de generosidade amorosa, em cada criança tem o direito de ser " filhote", "cria" de seus pais.
O brincar então tem hora sim. É o timing do brincar contemplativo - do exercício de uma filosofia do brincar; busca de um espaço de sutileza, da brisa poética, ética e estética.
Apropriar-se deste tempo é um direito de cada criança no mundo. Inserir essa temporalidade é dever do adulto. Atmosfera de respeito em que cabe também um ritmo que não é o da ampulheta, nem e do brincar com brinquedos/ " funcionais".
O adulto que não brincou talvez possa resgatar seus impulsos lúdicos, vendo seu filho crescer e bricando com ele: sem omissão, nem tampouco invasão.
Adultos livres, iguais e fraternos podem criar seus filhos sob preceitos iluminados que propicia o sonho de uma infância feliz. Amor, humor e valor de infância: adultos bem-humurados criam crianças bem-aventuradas.
Crianças tiranizadas se transformam em reizinhos mandões.

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